quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Uma das soluções para a nossa cidade

Profissão: técnico em paisagismo
Reportagem de Ana Brito SPTV rede globo
Uma lei municipal faz aumentar ainda mais o número de vagas pra esse profissional que planeja áreas externas. Toda construção deve ter pelo menos 15% de área permeável, ou seja, precisa ter um jardim.
Neide tinha a missão de transformar o fundo do terreno em um jardim com espaço para as crianças andarem de bicicleta e subirem em árvores. “Você vem ao local a pedido do cliente e analisa tudo o que tem. Desde as pessoas que é o principal e o que você tem de elementos que influenciariam no paisagismo, como sombra, sol, vento”, explica Neide Braga, paisagista.
A estratégia da paisagista, explicada no projeto, foi cobrir a piscina e encontrar uma harmonia para o jardim.
A palmeira não combina com o pinheiro, mas as duas árvores vão ficar para a alegria dos passarinhos.
“Quando você chega em uma casa que já tem vegetação precisa pensar muito bem se tem a necessidade de tirar, se vai ter a necessidade de tirar. Quando você tira a planta as aves vão embora”, explica ela
Em São Paulo uma lei prevê que todo empreendimento tenha um percentual de área permeável, para que possa absorver a água da chuva, reduzindo o impacto de tanto concreto. Organizar estes espaços para que eles se tornem funcionais, bonitos e sempre respeitando a natureza é papel do paisagista.
A equipe de paisagismo trabalha para uma empresa especializada na venda de plantas e na execução de projetos para casas e condomínios.
“Que seja uma interferência consciente. Eu vou fazer de tudo para que ela fique, para que ela fique bonita”, diz o paisagista.
“O jardim tem que prosperar. Você tem que plantar, tem que ficar bonito, daqui a 10, 20 anos, ele tem que ir sozinho”, afirma Fernanda Fávero, paisagista.
A formação em paisagismo é nova no país, por isso os profissionais costumam vir de diversas áreas. Julio é arquiteto, Fernanda, bióloga, Ângela cuida do controle de pragas, cursou engenharia agronômica e o técnico em paisagismo.
“O curso técnico direciona como apresentar um projeto, que as vezes você não tem, por ser mais direcionado na faculdade para outras coisas, mas tem apresentação, como conversar com o cliente, isso tudo eles te ajudam bastante”, explica Ângela Rossi, paisagista.
Um instituto em São Paulo oferece cursos livres e o técnico com duração de dois anos.
“Você trabalhando com plantas, você consegue ter um equilíbrio neste sentido, de paz de espírito. Então eu procurei primeiro por isso, por também ser uma profissão que está em ascensão hoje no Brasil”, diz Ivan Oliveira, aluno do curso.
Fernando quer aprimorar o olhar. “Por exemplo uma roseira com uma palmeira não vai ficar boa, um sentido, a textura da planta, a cor”, diz Fernando Corrêa, aluno do curso.
“Eu me sinto tão bem quando eu planto a árvore e depois de um ano, dois anos, eu vejo ela crescer. Isso para mim é gratificante”, diz Elenildo Batista, aluno do curso.
Os alunos também aprendem a elaborar projetos no computador, fazer simulações com fotos e planejar até a manutenção.
“A gente tem idéia de que plantar é abrir a cova, plantar e acabou. Para mim a idéia era essa. Aqui não, a idéia é muito mais abrangente”, garante Liliane Lessa, aluna do curso.
“Como trabalhar o solo, como preparar a terra para o plantio, as espécies vegetais, os tipos de planta, tipo de enraizamento, a manutenção de um jardim, poda. Ele aprende todas as técnicas”, afirma Roselinde Hofmann, coordenadora do curso.
Um técnico em paisagismo contratado recebe a partir de R$900 por mês no inicio da carreira e depois de dois anos chega a R$2.000. Com mais experiência, cobra por projeto.
“Hoje a área está ficando bem valorizada porque a gente está ficando com uma aridez absurda na cidade, então está crescendo a procura então o mercado está bem legal, bem aberto”, garante Roselinde Hofmann, coordenadora do curso.
“A gente tem que procurar cursos, procurar se especializar e trazer para o cliente segurança, beleza e bem estar”, afirma Júlio Anjos, paisagista.
O curso de técnico em paisagismo dura dois anos e custa R$351 por mês. O aluno tem que ter concluído ou estar cursando o ensino médio.

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